Tuesday, February 21, 2006

Tarde de um dia 21.

Tá chovendo, forte...

Eu não tenho guarda- chuvas, nunca tive um, acho que eles não me guardam bem. Além do que, sempre penso que vou ter os olhos furados por aquelas armações ponteagudas carregadas pelos que são menores que eu e passam ao meu lado como se fossem "tirar o pai da forca". Tenho um pouco de raiva deles, cofesso. Dos guarda-chuvas, não das pessoas.

Tinha uma capa de plástico, mas ela furou, a água entra pelo buraquinho que só faz aumentar a cada dia molhado. Acho que vou jogá-la fora, mas eu gosto do tom azul, é forte... Não adianta, não pode deter a chuva, que também é. Uma pena!

Eu posso correr, talvez me molhe menos. Também posso pisar numa poça no meio da correria e encharcar os pés. Quando eles estão molhados eu sinto muito frio. Acho que posso acelerar os passos e ficar atenta ao chão. Procurar marquises e esperar o sinal ficar verde dentro da lanchonete.

Entrar no primeiro ônibus e fazer baldiações até em casa, o Pq. Continental 874C demora pra passar. Mas aí eu penso em janelas fechadas e embaçadas, dezenas de inspirações e expirações sincronizadas, corpos molhados e apertados. Todo mundo corre da chuva, também corro eu, mesmo não sendo de açúcar.

E não pára de chover. Eu então decidi a ela me entregar. Porque descobri que, mesmo que eu tivesse o maior dos guarda-chuvas pra me guardar, a capa mais impermeável pra me proteger, a marquise mais larga pra me esconder e um ônibus super ventilado só pra mim, eu ainda assim estaria molhada.
Porque chove forte, chove sem parar. Aqui dentro, onde não são só nuvens que fazem o céu desabar.

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