Monday, April 17, 2006

Uni duni tê salamê minguê!

Fazer a escolha certa e ser uma escolha bem feita. Parecem ser a mesma coisa mas, meus pensamentos inquietos concluíram o contrário a partir de um "trabalho de campo" vivido nos últimos dias. Existe sim uma grande diferença, só que nem sempre perceptível a olhos nus, é preciso um pouco mais de ousadia ocular, ou qualquer coisa que dê muito errado pra te fazer pensar nisso com tanta veemência. E eu escolho as duas opções acima, mesmo sem saber se vou perder pontos por isso ou vou ter a questão anulada por indecisão explícita.
Na verdade isso tudo é muito perigoso, porque anda de mãos dadas com o arrependimento. "Antes eu não tivesse aberto aquela porta. Por que eu não fui àquele jantar?" E blá blá blá blá... Tá, tudo bem. Até aí o problema é seu, aliás, só seu, porque a decisão foi tomada por você mesmo. Mas tem hora que, em consequência da sua, vem a de outra pessoa. Ou seja, ao fazer uma escolha você acaba sendo a escolha de outro alguém. E pra piorar ainda mais vem a noção de certo e errado. Pronto! Já era!
Eu pulei a janela certa, ainda que afirme sem certeza absoluta. Mas acredito, também longe da convicção plena, que não fui a escolha mais adequada, digamos. E aí vem o "ponto X" da excruzilhada: você escolhe a cuz ou a espada?
Eu escolho a cabeça, não pra ser martelada pela cruz ou furada pela espada, mas pra tentar calcular a altura da janela pulada, dividir pelas costelas quebradas na queda, subtrair pelo medo do novo e somar tudo à uma boa dose de vontade de aprender. Talvez assim, a lógica da minha equação seja positiva o suficiente pra me convencer de que a ordem dos fatores não altera o produto.
Conjugar o verbo "escolher" diariamente, seja ele intransitivo direto ou transitivo indireto , não é tão simples quanto os outros verbos o são. Primeiro porque, pra que a conjugação seja feita de forma perfeita, ou no mínimo justa, é preciso que seja no plural. Como se eu e você tivéssemos pedido picolé sabor limão e o vendedor tivesse que escolher pra quem dar o último deles.
Depois, porque é preciso um bocado de esperteza pra poder dicernir o que realmente é rentável em uma escolha dessas. Pensar se vale mesmo a pena se arriscar em algo que você não tem a mínima idéia de certeza ou final feliz. Daí o perigo que remete ao pensamento anterior, o egoísmo, o egocentrismo.
Mas, no final das contas matemáticas e das conjugações verbais, a minha escolha teve algo de muito positivo. Mesmo que não tudo, difícil agradar à gregos e troianos, ainda que com o jeitinho brasileiro. Escolher talvez seja uma das maiores alegrias presentes no meu dia a dia, a gaveta que mais tenho aberto e fechado com frequência impressionante! Porque escolher remete à maior das características da vida de uma borboleta, a liberdade... E é nela que eu me agarro, na grandeza de vôos livres, tanto para erros quanto para acertos. Na leveza de bater asas por traçados incertos, mas sempre, sempre atenta aos que voam comigo pra um lugar onde há de reinar o bem.

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